quarta-feira, 27 de junho de 2007

NÚMERO DE MILIONÁRIOS CRESCE 10,1% NO BRASIL EM 2006



O Brasil atingiu a marca de 120,4 mil milionários em 2006, cerca de 10 por cento a mais que em 2005, mostrou uma pesquisa feita pela Merrill Lynch e pela Cap Gemini nesta quarta-feira.

Segundo o estudo, milionário é aquela pessoa que possui acima de 1 milhão de dólares líquidos para investir.

De acordo com o levantamento, o aumento foi impulsionado pela aceleração no consumo e no investimento privado, pela redução do juro (???) e da inflação, e pelo superávit da balança comercial.

Mas a alta relação entre dívida pública/PIB, o baixo investimento público e o nível dos impostos --que passaram de 29 por cento do PIB em 1997 para perto de 40 por cento do PIB em 2006 (!!!) foram apontados como fatores que podem inibir o aumento do grupo.

O ativo total de milionários da América Latina subiu 23,2 por cento em 2006, crescimento mais rápido que qualquer outra região do mundo, enquanto o número de milionários avançou 10,2 por cento.

Já os ativos detidos pelas pessoas mais ricas do mundo cresceram 11,4 por cento no ano passado, para 37,2 trilhões de dólares, enquanto o número de milionários aumentou 8,3 por cento, para 9,5 milhões. O número de ultra milionários --aqueles com mais 30 milhões de dólares para investir-- subiu 11,3 por cento, para quase 95 mil.

A pesquisa indica, entretanto, que uma redução do crescimento econômico mundial pode conter a abundante expansão nos próximos anos.

"Muitas economias devem desacelerar... os riscos de alta dos preços de energia e conflitos geopolíticos são uma ameaça contínua, adicionando um nível de incerteza a nossas atuais previsões", afirmou o estudo.

A pesquisa, denominada "World Wealth Report" e bastante usada como referência na indústria, prevê que a riqueza global cresça 6,8 por cento por ano até 2011, elevando a riqueza total do mundo a 51,6 trilhões de dólares.

A baixa volatilidade do mercado em 2006 tirou parte do brilho de investimentos alternativos como hedge funds e private equity, mostrou o levantamento. O crescimento dos mercados imobiliários, por outro lado, atraiu mais recursos.

A taxa de crescimento da riqueza ficou bem acima do crescimento econômico mundial no ano passado, de 5,4 por cento.

A América do Norte teve taxa de crescimento de riqueza de 10 por cento e continuou a região com a maior população de milionários do mundo, 3,2 milhões de pessoas.

NUVENS NO HORIZONTE

Com dinheiro no bolso, milionários também ajudaram os menos afortunados, gastando um total de 285 bilhões de dólares em causas filantrópicas, com América do Norte e Ásia sendo os mais generosos.

Mas a gestão de fortunas não deve continuar crescendo, à medida que a economia norte-americana deve desacelerar em meio a temores com o crédito imobiliário de risco e a perspectiva para países como China e Índia tornando-se levemente menos otimista.

O crescimento deve ser maior no Oriente Médio, 9,5 por cento até 2011, por causa da persistente alta do petróleo, disse a pesquisa, depois que uma correção no mercado acionário da região reduziu a acumulação de riqueza em 2006. O rápido crescimento levou bancos no mundo inteiro a expandirem as atividades de gestão de fortunas nos últimos anos, mas o setor deve se preparar para um desaceleração, dada a chance de queda das ações, mostrou o estudo.

O setor de gestão de fortunas é altamente fragmentado, com os maiores players, como UBS e Citigroup, responsáveis por menos de 5 por cento de participação de mercado e centenas de bancos privados e escritórios familiares.

(Reportagem adicional de Juliana Siqueira, em São Paulo)

Fonte: Reuters

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