Em primeiro lugar, gostaria de dar meus pêsames aos familiares das vítimas do vôo AirFrance 447, origem no Rio com destino à Paris.
Agora, em um projeto de um avião, a interação homem-máquina deve SEMPRE ser levado muito em consideração. Quanto? Na verdade, deve ser "user-centered", ou seja, centrado no usuário. O usuário deve ser o centro das atenções, estudos, análises, etc. Não é a primeira vez que a Airbus dá mancada.
Veja aqui no outro vôo da TAM, reportado aqui no blog.Ainda é cedo para tirar conclusões precipitadas, e acho que devido às condições meteorológicas do local (bastante intensas e turbulentas) vale a pena ouvir pilotos experientes, dizendo que é uma das situações mais difíceis de se pilotar, dadas as condições do acidente: tempo horrível (ventos, raios, nuvens gigantescas [cumulus-nimbus], escuridão total), instrumentos de navegação não-operantes, e um piloto automático muito polêmico.
Irei abordar rapidamente esta questão do piloto automático.
Primeiramente, gostaria de dizer que eu, particularmente, não gosto e nunca gostei do fato de uma máquina tomar uma decisão por mim, no meu lugar. Acho que todos temos uma forma de pensar (paralela) mais eficiente e com uma visão mais sistêmica, não presa à dados pré-determinados, portanto, podemos nos sair bem diante dos imprevistos. Exemplo disso é quando você faz ajustes finos, configura uma câmera você mesmo: a foto sai bem melhor do que no modo automático. Ou o caso do câmbio automático nos carros: a retomada, ultrapassagem ou uma simples subida de morro pode ser mais eficiente com um câmbio manual. Mas claro que estes dois exemplos que dei apenas se justificam com o domínio e conhecimento das técnicas necessárias para realizar tais operações.
Sendo assim, creio que pilotos comerciais (que estudam muito sobre todos os instrumentos de uma aeronave e têm muitas horas de vôo) são plenamente capazes de lidar com uma situação dessa.
Mas, o infeliz porém é que, se há um piloto automático que em determinadas condições não deixa o homem (usuário) interferir no processo, ambos se tornam inúteis. Essa é minha visão. Um ex-piloto falou isto a respeito do modo "piloto automático".
E tem mais: descobri que em um teste de vôo do Airbus A330 (o modelo do vôo AF447), antes de ser lançado no mercado,
o protótipo caiu em 30 de junho de 1994, na França.
Para saber mais a respeito deste acidente no teste de 94, que visivelmente culpa o piloto automático, conforme citações abaixo, clique aqui (em inglês).
"In addition the autopilot
may not have been working correctly"
"The autopilot was also in control of speed and angle of attack and it is believed that this vital part was
malfunctioning."
A propósito, a Airbus fez uma página especial para esclarecimentos a respeito do acidente com o voo AF447.
Clique aqui para visitar a página. (em inglês).
